Não li o último post. Porque não. Não sei o que escrevi, mas lembro-me da sensação, da importância daqueles dias naquela altura. Nunca mais aqui voltei embora pense sempre nisso. E sempre que me lembro deste blog penso que não quero que ele termine naquela fase, nem com aquele post, nem que termine sequer. Penso na quantidade de coisas que aconteceram entretanto (só boas) e que não ficaram registadas. As fases de birras, a adaptação à escola, as férias do Natal e do Carnaval, as amizades que cresceram e as outras que surgiram... o meu amadurecimento.
O Gui está agora com 4 anos e 3 meses. Tem-se revelado mais respondão, mais impertinente em determinadas situações, mantém a ternura apesar das birras. Há um mês tiveram o seu auge, mas têm vindo a atenuar-se com persistência e tenacidade da nossa parte.
Este ano quase não tivemos inverno na ilha. Poucas vezes choveu e agora o sol surge mais quente e como tal podemos aproveitar os espaços verdes que nos rodeiam. E a praia. Ontem mesmo fomos almoçar à praia dos moinhos em Porto Formoso, com a mamã Joana, o pai Hugo e a amiguinha Carlota que no regresso veio no nosso carro e adormeceu na cadeira e depois dormiu 10 minutos na nossa cama. Enquanto subíamos o elevador o Gui decidiu ajudar a pegar na Tota segurando-lhe o pé ;-). Gesto terno que me faz pensar: "Quererá um mano?". Bom... na praia comemos o "melhor hamburger" do país e depois fizemos a vontade ao desejo e comemos gelados entre correrias na praia e na relva do restaurante a jogar à bola.
O resto da tarde passámos em casa com a mãe Joana e a Tota. Eles brincaram no quarto e a as mães beberam chá branco e conversaram.
À noite manteve-se a mesma rotina, que tem vindo a ficar mais difícil graças à resistência do Gui para adormecer. Cada vez mais difícil, cada vez mais tarde. A média da hora de adormecer regista-se entre as 22h 30m e as 23h e 30m. Acredito que seja pelo fato de ainda fazer sesta na escola. Mas o certo é que mesmo nos dias em que não tem escola, o Gui continua a querer dormir mais tarde.
Iniciámos novamente a procura para a escola (último ano da pré, talvez e primária). Andamos à volta da escola ideal para ele entre visitas, pesquisa e informações válidas. Sendo que o que é o ideal para o Gui pode não ser o ideal para outras crianças acabamos por ficar embrulhados entre opiniões e opiniões, sugestões e sugestões. Veremos.
Não vamos ao continente na Páscoa. Poupamos mais de 800 euros em viagens (a maior roubalheira da Sata) e aproveitam,os para descansar ao máximo nesta ilha, já que nunca cá estamos nas interrupções escolares, mas sim na época de trabalho.
O Gui cresceu. Também pesa. Continua a querer colinho de vez em quando. Também é mimalhão e muito infantil, ainda. Saí a mim que ainda teimo em preservar genuinamente o meu lado criança. É muito ligado aos seus amigos e adora a companhia deles. Esta ilha, tal como tenho concluido em conversas (cada vez mais), é fantástica no que respeita à qualidade de vida que podemos oferecer ao Gui. Senão note-se: O Gui vai tarde para a escola (um privilégio), sai de lá cedo (mais um privilégio), de lá tem a possibilidade de escolher entre o jardim, o parque, a praia ou visitar ou receber um amiguinho. Isto acontece porque eu e o pai temos horários que se complementam tanto na hora de ir buscar como na hora de o levar à escola. Os dias são grandes e há possibilidade de fazer tudo com mais calma do que provavelmente seria noutro local do país, onde as viagens entre casa e trabalho são quase intermináveis, onde as idas ao super mercado acabam em filas que demoram eternidades, ponto. Aliado ao facto de dormir tarde (muito mais do que o costume) tudo isto culmina em "tempo bom em casa" e "Gui feliz"... mãe feliz e pai também. Um privilégio, um verdadeiro privilégio.