Este menino tem-nos surpreendido cada vez mais. Tem um comportamento exemplar e as notas... muito boas. Na escola, está cada vez mais adaptado e confiante. Revela já uma forte tendência para uma área: matemática, claramente. Devora números, vive números, respira números. Adormece a fazer contas, implora para que lhe façamos desafios matemáticos e depois fica tão empolgado que demora para adormecer. Já classificou uma aula de matemática como a melhor aula da sua vida! Imaginam o meu espanto? Eu que sempre motivei o meu menino para as artes e as letras e o rapaz adora a matemática!!! O pai, claro, está radiante. Eu também, mas nunca apostei nessa área... já o português... meteu na cabeça que não é tão bom... que tem mais dificuldade... que o aborrece... que é chato!!! Ora, não deixo de lhe dar alguma razão, já que os tpcs são em grande número e muitas vezes são cópias... ele acha aborrecido e repetitivo... eu também. Nunca pensei que nesta altura do ano letivo já lesse e escrevesse da maneira que o faz. Isso acontece graças à repetição e treino. Não há volta a dar. A prova está nele mesmo.
As notas dos testes são sempre entre os 90% e os 100% em todas as áreas. E graças ao significado que (provavelmente a escola - dele - incute nos alunos) estes valores têm para ele e para os amigos, depois do primeiro teste de matemática do 2º período (96%) fartou-se de chorar (dois dias) porque queria ter tido 100%??? Ora, a frustração é necessária e terá de aprender a lidar com ela... aqui em casa desvalorizamos competições severas (como sei que existem) para que tente ser o melhor e blá blá blá... mas percebemos que começa a sentir alguma pressão nesse sentido. Isso preocupa-me. Na minha altura não me lembro de ter sentido essa pressão tão precocemente. E não gosto da ideia. Gosto de valorizar as qualidades, só e apenas.
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Não gosto da pressão que tantos pais fazem (que me perdoem) para que os filhos sejam os melhores em tudo!!! Custe o que custar! Doa o que doer!!! Seja a que preço for!!! Não gosto, a sério... não gosto.
Gosto de saber que há crianças que são bons, mas bons naturalmente... não porque foram pressionados... (e há muitas maneiras de pressionar)....
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Fico sempre com a ideia: "E a infância? Onde ficou?"
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Se estou errada? Talvez até esteja e talvez até devesse forçar mais alguns aspetos da formação pessoal do meu filho, mas ele está tão bem... a meu ver... que não me apetece transmitir-lhe (já) a ideia de que este mundo é muito complicado e feroz e severo connosco... quero vê-lo durante muito tempo a viver... apenas... e a ser, sem pressões.