quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lego mania

Gosto de legos. Gosto mesmo muito. Gosto mais ainda quando estão com promoções mega fantásticas! Os legos, na nossa casa, não são em grande abundância, ainda assim são muitos. Para piorar as coisas ontem lembrei-me que queria construir um prédio de cinco andares com o Gui... faltavam-nos as paredes, já tínhamos as janelas e as peças restantes tinham servido para construir naves espaciais, barcos gigantes (na cabeça dele), camiões de salvamento. Cada um cabe na minha palma da mão... bom, então, lá fomos (contra vontade dele) a um armazém de brinquedos procurar, com alguma sorte, alguma coisa interessante dessa marca. Disse-lhe que eu sairia do carro e perguntaria ao dono da loja se havia ou não o que queríamos (eu) e que se a resposta fosse positiva... ele iria entrar comigo. "Sim, ainda tem alguns naquele espaço, além..." disse apontando para uma prateleira quase vazia e com caixas grandes. Torci o nariz, mas fui buscar o Gui ao carro e lá entrámos. Directos ao objetivo... Contudo.... tran trannnnnnn.... antes de lá chegarmos, tropeço (quase literalmente) numa promoção DAQUELAAAAAAAAAAAAAAAS! E eis que dou por mim com caixas de legos a 1 euro. E sim... comprámos alguns. :-)))

Esta história toda porquê afinal?
Porque o Gui gosta de carros e pistas e continua a querer brincar sempreeeeeeeeeeee com alguém e eu dou por mim a negar milhões de vezes e de me sentir mal por não poder brincar com ele por razões evidentes. Além disso, como sou mulherzita, brincar às apitadelas não é o meu forte. Detesto. Por vezes consigo fazer filas de carros, inventar obstáculos para ele fazer corridas... mas não duram muito tempo.

Mas ele também adora legos. E aí é que entra a minha felicidade ao encontrar caixas de legos a 1 euro! Fazer/montar legos com ele permite-me estar com ele... imaginarmos juntos... conversar... brincar com ele... rir... partilhar... descobrir... interagir... isto tudo sem: brrrrrrrrrrrr, pópó.... pipi´s e vrun´sssssss! Além disso, podemos desmontar e inventar coisas novas vezes sem conta... criar um mundo... e, num fim de semana, por exemplo, passar 3 horas sem dar conta no quarto dele à volta de peças, a brincar com ele. :-).

P.s - o meu filho é do mais caseiro que encontro. Nem sempre foi assim, talvez porque eu facultava ou tinha mais disponibilidade de tempo para o levar ao jardim, ao parque... mas a realidade é que ele muitas vezes até recusa sair de casa. Prefere muito mais ficar no seu espaço (casa... em qualquer lado onde esteja a mãe) do que sair, seja para que lado for. E quando sai... quer voltar. Brincar sozinho é raríssimo. Portanto... se não for na tv, não brinca sozinho e acaba por saturar-se rapidamente das brincadeiras... GOSTO DE LEGOS. Voilá.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Este é o meu filho

Esta é uma foto do Gui. Talvez a que gosto mais. Razões diversas. Primeiro porque está giro. Mesmo giro. Depois porque está com um ar de rapaz crescido. Depois porque nesta foto, tirada do meu telemóvel, consigo ver que o meu gosto pela fotografia está completamente dentro dele. Que é de si como é de mim. Gosto de desenhar e pintar. Ele não manifesta gosto extraordinário pela prática das expressões. O pai é jogador da bola, professor de educação física. Ele não revela extremo gosto pelo desporto. A fotografia sempre foi uma das minhas paixões. Nesta fotografia (e sim, tenho baba a escorrer...) é possível ver um bocadinho de mim nele. Não lhe ensinei a técnica da mão por debaixo da lente. Não lhe posicionei o tripé. Não lhe pedi que fizesse aquela expressão (igualzinha à minha) para aparecer na foto. Neste dia, depois deste momento, andou de máquina e tripé na mão. Fez fotos de família. Programou a máquina. Pediu-nos posições. Apagou as que não gostava. Tudo por instinto. Sim, estou a elogiar o meu filho. Tenho um filho fixe.

As pessoas partem... no momento em que a ilha treme.

...e temos noção da insularidade quando parte alguém querido e amado e estamos presos na ilha devido à greve dos aviões... e não temos forma de saltar até ao outro lado do país para acompanhar a última despedida. Na semana passada foi assim. Não me despedi. Outra vez. Não estive lá no derradeiro olhar.
...depois há o peso da culpa e o receio. O medo de não saber quantas vezes mais vou passar por isto.
...depois parece que tudo acontece. Efeito de borboleta.
...Depois a chuva não caba e o tempo não muda e o sol não vem.
...depois o Gui pede muito de mim e muitas vezes não tenho força interior para brincar aos carrinhos.
...depois tenho enterradas no peito coisas que fizeram moça há muito tempo, que nos magoaram... que nos fizeram mal... e que de cada vez que m lembro o meu peito cai num precipício e volta de novo a mim.
...depois sinto-me desanimada com esta m**** toda.
...depois sinto que estou num beco e que falta fazer muita coisa, mas não sei muito bem o quê...
...depois sinto aquela inquietude vindo do nada... como se algo estivesse para acontecer.... mas não sei o quê.
...depois não me sinto quieta. Não consigo parar. A cabeça anda a mil.