segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fimose

Volto cansada das últimas duas semanas e não pelos melhores motivos, mas como, para nós, tiveram uma dimensão tão grande, rosolvo partilha. Mas antes disso...

Se começasse a contar tudo o que aconteceu desde o ultimo post, não acabaria tão cedo este texto. É óbvio que a evolução do Gui em várias áreas do seu desenvolvimento é enorme. Que ainda é um bebé noutras, mas que é uma criança perfeitamente normal e muito feliz, acima de tudo.

Ora, de um dia para o outro, o Gui foi chamado para uma cirurgia que aguardava há mais de ano e meio. Ficámos contentes por termos sido surpreendidos e com o desenrolar dos dias (sem ter muito tempo para pensar no que viria). Pois bem, no dia 27 fez todas as análises, dia 29 teve consulta com o médico anestesista e dia 30 cedinho foi o primeiro a entrar no bloco operatório. Acordou da anestesia geral passavam 5 minutos das 11h e imediatamente mostrou desconforto chorando de dores no local da operação. Após levar imediatamente uma dose (de não sei quê) a dor aliviou... esperou-se que aceitasse algum alimento. Aceitou. Esperou-se que fizesse xixi. Assim foi, mas nesse preciso momento tive uma pequena noção do que o esperaria nos dias que se seguiriam. Não me enganei. Cada vez que se aproximava a vontade de fazer o xixi era o pânico. A cor dele mudava. Por vezes o seu nervosismo trasnformava-se numa inquietude perfeitamente anormal nele, numa agitação e correrias dentro de casa. Mesmo insistindo ele rejeitava. Depois o cocó. Depois os xixi´s na cama, os banhos, a higiene com soro, cremes... e os xaropes de 4h em 4h. Contado assim até é lido com certa ligeireza, mas acreditem que não foi de todo o que eu intuí que fosse. Foi pior. Custou mais, muito mais do que calculámos.
Hoje já regressou à escola, onde ficou bem disposto e com todas as recomendações necessária aos seus cuidados. Eu também já regressei ao trabalho. Mas regresso e tento adaptar-me novamente...

Depois destas duas semanas em que basicamente me encerrei aqui, quieta... chorei, desesperei, dei pontapés, lembrei-me de partir uma pilha de pratos sem qualquer dó. Não parti nem um. talvez tivesse ajudado. A revolta faz-nos mal. E uma revolta por tão pouco faz pior. É a intensidade com que vivemos as situações que marcam a diferença. E eu intensifico demasiado. Foi só mais 2 semanas de dor, MESMO DOR.  Física do Gui e minha emocionalmente. Contúdo, mesmo não ser a situaçõ mais grave do mundo, sinto-me no direito de não conseguir ver o meu filho a sofrer, sinto-me no direito de não suportar o facto de não conseguir tirar-lhe as dores. De não conseguir responder correctamente a: "Porque que isto tinha de acontecê-m?"... "Mamãaaaaaaa, não quero que doa!!!!"... "Mãe, não quero olhá prá minha pilinha!"... Sofre coração.
Vai daí... o resultado é uma mãe cansada, depressiva e com recurso a medicamentos...

Estamos de volta ao blog do Gui

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